terça-feira, 27 de março de 2012

PROJETO "CHEGOU A HORA DO TEATRO" - ANO II







PROJETO “CHEGOU A HORA DO TEATRO” - ANO II


I. IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA:

A Escola Eurico Queiroz localiza-se na Avenida Francisca Moraes de Lemos, S/N, Bairro São Pedro, município de Bezerros, estado de Pernambuco, CEP 55.660-000, telefone (81) 3728-1564. Pertence à jurisdição da Gerência Regional de Educação Mata Centro que se localiza no município de Vitória de Santo Antão/PE. Oferece o ensino do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental, Ensino Médio, Normal Médio, Educação de Jovens e Adultos e cursos de aceleração (Travessia Fundamental e Médio), tendo seu horário de funcionamento das 6h às 22h20 e aulas no horário das 7h30min às 12h, 13h às 17h30 e 18h50 às 22h10.
Conta com uma equipe gestora altamente comprometida com a educação de sua clientela sendo formada por:
DIRETORA: Adina Pereira de Lima
DIRETORA ADJUNTA: Maria Aparecida dos Santos
SECRETÁRIA: Leonilda Maria de Souza
EDUCADORAS DE APOIO: Kátia Cristiane B.S. Oliveira/ Maria das Graças da Silva

II. INTRODUÇÃO

2.1. JUSTIFICATIVA

A Escola Eurico Queiroz desenvolveu este projeto consciente da extensa produção bibliográfica sobre a relevância do teatro no processo educacional, visto que, entre as artes, o teatro é a que exige do ser humano “o corpo, a fala, o raciocínio e a emoção”, além de fortalecer a memória, regular o tom e efeito da voz e pronúncia, promovendo a autoconfiança e habituando os jovens a não se sentirem incomodados quando estiverem sendo observados.
Sabedora de que a característica fundamental do homem é a imaginação dramática em sua natureza, a EEQ defende a ideia de que a dramatização se inicia na infância, quando a criança entra em contato com desconhecidos do mundo externo, jogando com ele até poder compreendê-lo. Pode-se perceber nas brincadeiras populares das crianças e nos jogos de faz de conta, elementos sensórios, ritmo, mimetismo e representação dramática, nas quais o lúdico e a regra se confundem, significando a gênese da atividade teatral.
Na vida adulta o processo continua, só que de forma interna e quase automática, quando se passa a jogar dramaticamente com a própria imaginação. O indivíduo é protagonista do imaginário, despertando sua interioridade e favorecendo a problematização do mundo real. Portanto, o teatro escolar oferece efeitos tanto no espectador, quanto no ator, moldando pensamentos críticos e desenvolvendo a imaginação.

2.2. OBJETIVOS

2.2.1. GERAL

Formar um grupo permanente de teatro com alunos da EEQ, visando a realização de apresentações teatrais dentro e fora do ambiente escolar.

2.2.2. ESPECÍFICOS

• Compreender o teatro como espaço para troca de aprendizagens, cultura e sentimentos;
• Utilizar a arte teatral como forma de expressão corporal;
• Despertar o gosto pela leitura e produção escrita de obras de dramaturgia;
• Valorizar os talentos artísticos existentes na escola;
• Estabelecer parcerias com outras instituições educativas e sociais.

2.3. PERÍODO DE INÍCIO

Este projeto terá início em 2011.

III. DESENVOLVIMENTO

3.1. CONTEÚDO TRABALHADO

Foram trabalhados os seguintes conteúdos para o processo de evolução do conhecimento dos alunos:
1. Utilização da linguagem oral, escrita e cênica como forma de expressar idéias, opiniões e saberes sobre poesia;
2. Respeito e aceitação de opiniões diferentes, comentando-as e/ou criticando-as quando surge a necessidade;
3. Participação em pesquisas, oficinas e atividades que objetivem a construção do gosto pela arte teatral;
4. Diferenciação das características do gênero teatral de outros textos literários e não-literários;
5. Identificação da importância da leitura para o desenvolvimento de competências e habilidades;
6. Pesquisa sobre atores presentes na comunidade e de outros nomes conhecidos nacionalmente, que influenciaram a história do teatro do país;
7. Participação nos trabalhos coletivos desenvolvendo o senso de cooperação e a responsabilidade;
8. Atuação consciente na busca por melhor qualidade de vida na comunidade participando do processo de criação cênica e/ou valorização de obras teatrais produzidas por educando e educadores da escola.


3.2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Desde a Antiguidade, filósofos como Platão e Aristóteles defendem uma educação liberal, voltada para o desenvolvimento intelectual e físico, através de jogos que explorassem o lúdico e a arte, preparando os alunos para a vida prática e ao mesmo tempo dando prazer. Mas enquanto Platão defendia os recursos dos jogos e a linguagem do teatro para a formação adulta, Aristóteles sugeria que o teatro não imitava os fatos, e sim, as ideias abstratas, tratando a imitação como uma ação natural do homem desde a infância.
Neste período, o teatro representava o único lazer literário disponível para a população, constituindo-se um espaço para representar as contradições sociais e disseminar lições morais.
Na Idade Média, o teatro consistia num recurso de acesso à cultura para a maioria da população que era analfabeta, exercendo um importante papel para a educação informal. Enquanto o teatro sacro ajudava o analfabeto a compreender a fé, o teatro popular aproveitava temas censurados pela cultura oficial para transmitir informações, críticas e denúncias, levando à reflexão popular.
Durante o Renascimento, o teatro floresce na escola e a arte dramática passa a contribuir com o aprendizado da linguagem, desenvolvendo a língua materna e tornando-se uma importante ferramenta pedagógica em várias disciplinas.
No Brasil, o teatro jesuíta torna-se um marco na educação brasileira, onde através de encenações de textos dramáticos em versos no ritmo popular, eram transmitidos conhecimentos, respeitando-se a heterogeneidade da população. Depois da Reforma (século XVIII), as apresentações teatrais evitavam a presença de personagens provocativos, pois os risos dos expectadores denotavam senso crítico, inteligência e fantasia, o que poderia prejudicar o exercício do poder das autoridades vigentes.
O teatro passa a ser utilizado também em festividades e, no Período Colonial, abriga escravos para apresentações em cerimônias cívicas. Após a expulsão dos jesuítas do Brasil, o governo passa a utilizar as escolas de acordo com os seus interesses, com aulas de latim, grego e retórica, deixando o ensino das artes fora do currículo escolar.
Com a chegada da família real no Brasil foi criada a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, transformada em 1820 na Academia de Artes Plásticas. O teatro se torna lírico (ópera) e passa a ser um valor de apreciação cultural e de entretenimento para a população.
Finalmente, entre os séculos XIX e XX surge o Movimento chamado Educação Ativa ou Escola Nova, trazendo uma mudança de paradigmas na educação das crianças, com uma proposta de um processo criador e de valorização de expressões artísticas.
Esse movimento, juntamente com outros fatores, influenciou a construção e regulamentação da nova LDB (Lei nº 9.394/96) e o documento PCN. A partir daí, ficou assegurada a presença da disciplina Arte nas escolas. Os PCN de Arte dedicam-se à orientação das várias linguagens artísticas na escola, estimulando a criatividade através de propostas interdisciplinares e ressaltando a possibilidade da expressão de si mesmo e do exercício da sociabilização por meio de atividades coletivas, especialmente o teatro.

3.3. PROCESSO METODOLÓGICO

Para atingir os objetivos propostos foram utilizadas diversas metodologias proporcionando uma visão ampla e significativa sobre o tema e incentivando o aluno a participar ativamente na construção de seu conhecimento.

* OFICINAS TEATRAIS para desenvolver a capacidade de expressão corporal e a oralidade;
* DEBATES para estimular o confronto entre o saber assistemático e o sistemático do educando acerca do teatro;
* PESQUISAS para enriquecer os conhecimentos sobre a história do teatro e desenvolver a capacidade de analisar criticamente obras teatrais;
* TRABALHOS EM GRUPO para estimular a capacidade argumentativa de defender ou contrapor idéias, respeitando opiniões diferentes;
* AULAS DE CAMPO para desenvolver novos conhecimentos acerca de como o teatro acontece em diferentes espaços cênicos;
* APRESENTAÇÃO TEATRAL para revelar os talentos existentes na escola, demonstrando que esta arte pode ser uma ação concreta e coletiva, podendo ser construída por pessoas comuns.
Para explorar plenamente o tema foi seguido o seguinte processo metodológico com as respectivas justificativas dos conteúdos:
* Leitura, interpretação e produção de diferentes textos dramáticos de forma a utilizar a linguagem para expressar idéias, sentimentos, experiências e opiniões;
* Apresentação de peça teatral com fantoches visando utilizar a linguagem dramática com outras combinações textuais;
* Confecção de cenários e de efeitos especiais para a encenação de peças, valorizando os autores da obra produzida;
* Participação no Festival de Leitura e Artes de Bezerros que objetiva alertar a comunidade sobre a importância de valorizar a arte e a literatura dentro e fora das escolas;
* Pesquisa sobre as características do gênero teatral, da vida e das obras de dramaturgos nacionais e internacionais e da influência deste tipo de texto em diferentes momentos históricos da sociedade;
* Organização de peça teatral de forma a valorizar a arte do educando e da comunidade na qual a escola está inserida.

3.4. RECURSOS UTILIZADOS
Para a realização deste projeto serão utilizados: livros, revistas, jornais, textos, papel ofício, papel madeira, cartolina, tinta, pinceis, tesoura, cola, balões, lápis de cor, hidrocor, TNT, maquiagem, data-show, notebook, som portátil, CD e máquina fotográfica.
3.5. AVALIAÇÃO
A avaliação deste projeto será contínua, após cada etapa citada no cronograma, tendo por finalidade principal o replanejamento do projeto, ajustando-o de acordo com as necessidades e expectativas dos envolvidos, oferecendo-lhes condições para superação de obstáculos e desenvolvimento do autoconhecimento e autonomia.
A possibilidade de cada integrante do projeto desenvolver uma postura crítica, reflexiva e construtiva acerca da produção teatral é um objetivo a ser alcançado a longo prazo, por isso, o grupo de teatro não será encerrado ao final do ano letivo. Pelo contrário, pretende-se mantê-lo ativo e renovado a cada ano letivo.

IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, Walda de Andrade. Lendo e Formando Leitores. Orientações para o Trabalho com a Literatura Infantil. 2ª ed. São Paulo, Global, 2005.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases – LDB (Leis nº 4.024/61, nº 5.692/71 e nº 9.394/96)
________. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Artes, Vol. 6. E Brasília, 2000.
________. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa, Vol. 2. Brasília, 2000.
COURTNEY, Richard. Jogo, Teatro e Pensamento: As Bases Intelectuais do Teatro na Educação. São Paulo: Perspectiva/Secretaria de Estado de Cultura.
FERRAZ, Maria Heloísa Corrêa de Toledo. Arte na Educação Escolar. São Paulo, Cortez, 2010.
MACHADO, Maria Clara. A Aventura do Teatro & Como Fazer Teatrinho de Bonecos. Rio de Janeiro, Singular, 2009.
NEVES, Libéria Rodrigues. O Uso dos Jogos Teatrais na Educação: Possibilidades diante do Fracasso Escolar. Campinas, Papirus, 2009.
PERRENOUD, P. As Dez Novas Competências para Ensinar. Porto Alegre, Artes Médicas, 2000.
REVERBEL, Olga. Jogos Teatrais na Escola. São Paulo, Scipione, 2002.
ROGER, Marc. A Leitura de Rosto Escondido. Uma outra maneira de ler livros infantis. Instituto EcoFuturo. La Voie des Livres e Pingo é letra, Brasil, 2006.

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