domingo, 22 de fevereiro de 2009

Tradição

Segundo contam os moradores mais antigos de Bezerros, a brincadeira começou quando alguns homens quiseram brincar o carnaval sem serem reconhecidos, para despistar a atenção de suas esposas. A brincadeira foi pegando e a cada ano aumenta o número de mascarados nas ruas. Durante o desfile pela cidade, os papangus bebem e comem angu de milho, uma comida típica da região. Devido ao exagero no apetite de alguns foliões, originou-se o nome da festa: Papangu. A principal regra desta importante tradição carnavalesca é manter o sigilo sobre as máscaras que serão usadas, para que ninguém venha a ser reconhecido.

Os primeiros Papangus que se tem notícia surgiram na década de 30. Eles eram chamados de Papangus Pobres porque trajavam roupas velhas, rasgadas com remendos, meias nas mãos, máscaras rústicas confeccionadas com papel jornal e goma. A história foi mudando e a partir dos anos 60, as roupas velhas foram substituídas por caftas - batas longas e estampadas. Porém a máscara continuava sendo fabricada com os produtos originais: papel jornal e goma. Outro ponto foi mantido: trocavam de roupa em lugares desconhecidos e continuavam a "visita" aos amigos. A consolidação da tradição veio em 1990 quando Bezerros surgiu no cenário nacional e ficou conhecida como a Terra do Papangu.


Bezerros

Papangus invadem Bezerros no Carnaval
A Folia dos Papangus, com todo o seu mistério, cores e ritmos têm conquistado cada vez mais adeptos para o carnaval de Bezerros. Só em 2008, cerca de 500 mil pessoas estiveram na cidade para conferir o maior carnaval do Agreste pernambucano e o primeiro carnaval temático do Brasil. Em 2009, o tema da decoração do carnaval de Bezerros será “Reciclando com Arte”. Os adereços foram feitos com a participação de portadores de necessidades especiais e a partir de material reciclado, incluindo as famosas máscaras dos papangus. Mais de 100 máscaras com 3 metros de altura, além de peças de papangus gigantes com corpo de garrafa plástica e máscaras em papel foram produzidas por artistas locais, que trabalharam em parceria com grupos da Associação de Portadores de Deficiência de Bezerros. Nomes como Lula Vassoureiro e Roberval Lima estão entre os grupos de artesãos que trabalham na iniciativa. A história dos Papangus tem origem na época da escravidão, quando os escravos vestiam fantasias de corpo inteiro para participar dos bailes de máscaras promovidos nas casas grandes. A festa, que já tem tradição secular, tem como marco histórico o ano de 1905, quando grupos de foliões, inspirados nos festejos da época escravocrata, começaram a se vestir e mascarar para brincar o Carnaval.

Era durante o entrudo que os mascarados buscavam comida e bebida nas casas das pessoas. Seu apetite se destacava em meio aos convidados e mais tarde, ficaram conhecidos como papangus, ou comedores de angu - iguaria típica na época. A intenção de manter a identidade do mascarado em mistério faz com que as fantasias sejam confeccionadas às escondidas e mantidas em segredo até o dia da festa. As máscaras, que já foram produzidas com papelão e papel de embrulhar charque, hoje geralmente são feitas em papel maché. Apesar de o Domingo de Carnaval ser o dia mais característico das festividades bezerrenses, a cidade se prepara para receber com festa os turistas diariamente. Neste ano, mais uma tradição será resgatada na terça-feira de carnaval. ノ a Briga do Boi, brincadeira do carnaval que passou um tempo esquecida mas que retorna às festividades de Momo, no Palco Cultural. Além do Palco Cultural, a festa também tomará forma no Palco de Todos os Ritmos, onde os turistas e moradores poderão conferir a diversidade das expressões culturais da cidade.

CURIOSIDADES

Bezerros também é uma terra que tem tradição na produção pernambucana de artesanato. Foi lá que nasceu J. Borges, o principal nome da gravura popular brasileira. Eleito Patrimônio Vivo de Pernambuco em 2006, o xilogravurista já conquistou, com sua arte de imprimir na madeira o imaginário sertanejo utilizando pedaços de pinho e imburana, reconhecimento pelo mundo inteiro. Num leilão dos EUA, um acervo de 30 obras de J. Borges chegou a ser arrematado por mais de 30 mil dólares. Em 2002, ele foi um dos 13 artistas escolhidos para ilustrar o calendário anual da Organização das Nações Unidas (ONU).

Carnaval da EEQ


CARNAVAL DA EEQ

Este ano de 2009 o Carnaval da Escola Eurico Queiroz foi o maior sucesso. Contou com oficinas que proporcionaram ao alunos resgatarem as vivências do tradicional carnaval da cidade. Os alunos confeccionaram máscaras, participaram de danças carnavalescas e desfilaram no Educarnaval. Visitem o ORKUT da escola e vejam as fotos deste evento.